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Análise dos Times

Alemao

Principal

Motivo: O artigo explora as razões pelas quais os clubes alemães diminuíram a contratação de jogadores brasileiros, mas apresenta o tema de forma investigativa, sem um viés claro contra ou a favor.

Viés da Menção (Score: 0.1)

Brasileiro

Principal

Motivo: O artigo levanta pontos negativos sobre a adaptação e comprometimento de jogadores brasileiros, o que pode ser interpretado como um leve viés contra, embora apresente também argumentos em contrário.

Viés da Menção (Score: -0.1)

Motivo: O Bayern é mencionado como exemplo de clube que parou de contratar brasileiros, com a citação de Uli Hoeness, mas a análise é sobre a decisão do clube, não uma crítica direta.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Palavras-Chave

Entidades Principais

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Conteúdo Original

O Campeonato Alemão começa nesta sexta-feira, às 15h30 (horário de Brasília), com o duelo entre Bayern de Munique e RB Leipzig. E, mais uma vez, os jogadores brasileiros serão coadjuvantes na disputa da Bundesliga. A equipe bávara, atual campeã nacional e que venceu a Supercopa Franz Beckenbauer, no sábado, inicia mais uma temporada sem um único brasileiro no elenco. O Leipzig tem no recém-contratado atacante Rômulo, de 23 anos, seu único representante do futebol pentacampeão mundial. Destaque do Goztepe na Liga Turca, Rômulo é o nono jogador brasileiro na elite alemã. O número é maior que nas últimas temporadas — em 2024/25 foram oito, um a mais que em 2023/24 —, mas ainda é baixo quando comparado à primeira década deste século. Há 20 anos, na temporada 2005-06, 24 brasileiros se espalhavam pelos 18 clubes, incluindo jogadores de seleção, como os zagueiros Lúcio, Juan e Roque Júnior, o meio-campista Zé Roberto, os laterais Gilberto e Rafinha e o atacante Élber. Três anos depois, em 2008/09 o número chegou ao ápice: foram 36 brasileiros, uma média de dois por clube. O Wolfsburg, campeão daquela temporada, tinha quatro: Grafite, Josué, Caiuby e Rodrigo Alvim. Na última década, o número despencou: esta será a quinta temporada seguida com menos de uma dezena de brasileiros nos gramados da elite alemã. Nenhum deles tem posição de protagonismo no clube ou esteve nas últimas convocações da seleção. Mas o que explica o fenômeno? A coluna foi até a Alemanha atrás de uma resposta. Uma hipótese tentadora, que encontra respaldo nos números e poderia fazer sentido, tem relação com a Copa do Mundo de 2014. Naquele Mundial, a seleção brasileira tinha dois jogadores que atuavam na Bundesliga: o zagueiro Dante e o volante Luiz Gustavo. O lateral Rafinha estava no Bayern de Munique, Roberto Firmino despontava no Hoffenheim e Naldo era o dono da defesa do Wolfsburg. O que aconteceu na semifinal daquela Copa é de conhecimento público. Mas teria o eterno 7 a 1 alguma relação com a diminuição de interesse dos clubes alemães em recrutar jogadores brasileiros? Depois de humilhar a seleção em sua própria casa, a Alemanha passou a pensar que o Brasil não era mais o país do futebol? "Não acho que exista uma relação direta. A conexão entre o futebol brasileiro e a Alemanha continua existindo. Hoje, a nossa liga tem oito canais de transmissão no Brasil, a audiência duplicou nos últimos anos, e a receita triplicou. O Brasil é um mercado prioritário para nós", afirma Peer Naubert, diretor internacional da Bundesliga. "Sobre a quantidade de jogadores, essa é uma pergunta difícil. Achei que você ia me ajudar com alguma resposta.", brincou o dirigente, diante da pergunta do . Rouven Kasper, ex-diretor esportivo do Bayern e hoje à frente do departamento de Marketing do Stuttgart, afirma que a redução dos brasileiros coincide com a busca de talento em outros mercados. "No nosso caso, não tem uma relação direta com o Brasil, ou com aquele jogo. A Bundesliga começou a olhar para outros países, procurar jogadores em lugares diferentes. Houve, também, uma aposta muito forte no desenvolvimento de jogadores locais", explica. Esse perfil mais "eclético" da Bundesliga fica evidente no ranking de estrangeiros da liga nesta temporada: o Brasil é o décimo maior fornecedor de jogadores, com seus nove atletas, atrás de países como Japão (10) e Estados Unidos (11). Os outros sete integrantes do top 10 são países europeus com uma tradição de intercâmbio com os alemães: França, Áustria, Dinamarca, Suíça, Bélgica, Holanda e Croácia. Ao todo, há 62 países com pelo menos um jogador na liga — a Premier League tem 64 países representados, e La Liga, 50; mas ambas têm duas equipes a mais que o Alemão. Antes mesmo da Copa do Mundo de 2014, um outro episódio parece ter sido crucial. Aconteceu quando, no início da década passada, o Bayern de Munique ensaiou entrar na briga entre Real Madrid e Barcelona por Neymar. Daí, pesou a decisão de uma lenda do clube alemão, Uli Hoeness. Ex-jogador e então presidente do Bayern, Hoeness negou-se a entrar na guerra financeira pelo astro brasileiro. "Era uma operação complicada, com muitos pagamentos a diferentes pessoas. O Bayern não faz esse tipo de negócios, por isso recusamos", explicou o dirigente anos depois. Ao falar daquela negociação, Hoeness também disse uma frase que ficou famosa na Alemanha. "Pep Guardiola quis contratar um jovem brasileiro, mas nós desaconselhamos. Os jovens brasileiros costumam ter problemas de adaptação, tanto climática quanto cultural". A frase de Hoeness passou a ser tratada como uma espécie de diretriz, não apenas para o Bayern, mas para os demais clubes. A estratégia predominante mudou: em vez de buscar jogadores no Campeonato Brasileiro, as equipes passaram a esperar que os atletas se adaptassem à Europa em outros países, para só então irem atrás. A última grande aposta de um clube alemão numa jovem estrela que jogava no Brasil acabou não dando certo. Em 2018, o Bayer Leverkusen contratou Paulinho, então revelação do Vasco, por 25 milhões de euros. O brasileiro nunca deslanchou: foram 79 jogos e nove gols em quatro temporadas e meia. Uma fonte do clube disse ao que o atacante teve dificuldades para se adaptar ao futebol do país, dentro e fora de campo. Na volta ao Brasil, Paulinho foi artilheiro do Brasileirão pelo Atlético-MG em 2023, chegou à seleção e atualmente está no Palmeiras. Um dos últimos brasileiros a ter uma carreira sólida na Bundesliga, o lateral Paulo Otávio vê dois grandes motivos para o cenário atual. O primeiro, tem a ver com a falta de oportunidades na seleção brasileira; o segundo, com a visão que muitos clubes ainda têm dos jogadores do país. "Ultimamente, a Bundesliga não tem sido tão observada pela seleção brasileira. Jogadores com números muito bons não eram convocados. Foram os casos do William, quando estava no Wolfsburg, e do Tuta, no Frankfurt", explica ao o jogador, que atuou por três temporadas no Wolfsburg, e desde 2023 defende o Al-Saad qatari. O lateral-direito William até foi convocado em 2024, mas quando já atuava pelo Cruzeiro. Tuta, destaque do Eintracht Frankfurt nas últimas temporadas como zagueiro, lateral e volante, acaba de trocar a Bundesliga pelo Al-Duhail, também do Qatar. "Os jogadores hoje em dia pensam: se eu for para a Europa, qual mercado vai me dar oportunidade de chegar à seleção? E a Alemanha nos últimos anos não tem sido tão observada", acrescenta. Há um caso emblemático: Yan Couto, do Borussia Dortmund, deixou de ser convocado desde que trocou a liga espanhola pela alemã. O segundo motivo, segundo Paulo Otávio, tem relação com uma imagem que os alemães ainda têm do jogador brasileiro. "Eles pensam que o brasileiro vê o futebol mais como diversão do que como trabalho. E eles querem jogadores mais comprometidos, que trabalhem muito em quaisquer condições", explica Paulo Otávio. "Só que isso mudou: de uns tempos para cá, o brasileiro entendeu que o futebol não é só jogado em campo. Para que esse paradigma seja quebrado, eles precisam contratar mais brasileiros; e para que isso aconteça, essa geração que está vindo agora precisa mostrar que tudo mudou", conclui. Adaptar-se à vida na Alemanha é um desafio: o inverno é rigoroso, o idioma é difícil de aprender e a forma de viver e trabalhar dos locais também é uma barreira a ser superada. São obstáculos importantes, mas há outro fator que ajuda a explicar a queda da participação brasileira na liga: a concorrência. "O jogador sul-americano tem mais facilidade para se adaptar a outros países, por causa do idioma e da cultura. É natural que os brasileiros optem por Portugal, Espanha ou Itália. E a Premier League tem muito dinheiro, não dá pra competir", disse ao o peruano Claudio Pizarro, que jogou na Bundesliga durante duas décadas e marcou 197 gols por Werder Bremen, Bayern de Munique e Colônia. Ídolo e embaixador do Stuttgart, o brasileiro Cacau — que jogou a Copa de 2010 pela Alemanha — aponta outro fator: a capacidade de captação dos jovens talentos no Brasil. "O desafio dos clubes alemães é encontrar os atletas brasileiros ainda jovens, antes dos times da Espanha ou da Inglaterra. Mas é difícil, porque eles têm uma estrutura maior". Foi com a intenção de reduzir essa distância e aumentar o intercâmbio com o Brasil que o Stuttgart e o São Paulo firmaram uma parceria para o futebol de base. O time sub-17 do clube alemão esteve no Brasil recentemente. A ideia é que, no ano que vem, jogadores da base do São Paulo possam treinar e jogar na Alemanha. Um passo seguinte será criar uma ponte para intercâmbio entre as equipes profissionais. Uma porta de entrada para que os brasileiros finalmente possam voltar a ser protagonistas na Alemanha. , lateral-direito, Borussia Dortmund , volante, Wolfsburg , atacante, RB Leipzig , lateral-direito, Bayer Leverkusen , zagueiro, Hoffenheim , zagueiro, Hoffenheim atacante, Heidenheim , goleiro, Eintracht Frankfurt , lateral-esquerdo, Wolfsburg