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É fácil esquecer que Vitor Roque tem 20 anos. Em janeiro de 2022, ele disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Cruzeiro. Em abril daquele ano chegou ao Athletico-PR, com 17 anos. Na temporada de 2023, atingiu 21 gols e sete assistências, em 43 partidas. Em dezembro foi anunciado pelo Barcelona. Em janeiro de 2024, estreou pelo time catalão, um mês antes de completar 19 anos. Em agosto acabou emprestado ao Betis, depois de fazer apenas 16 jogos e 2 gols pelo Barça. Novamente sem alcançar bom desempenho, foi finalmente negociado com o Palmeiras, onde desembarcou em fevereiro de 2025. Tudo tão rápido, tão meteórico, que muitas vezes parecemos falar de um cara experiente. No Alviverde, teve um início turbulento. Havia quem contasse seus minutos em campo sem gols. Uma farsa esse garoto, só não vê quem não quer. Maior contratação da história do Palmeiras e o cara é um perdido em campo. Furada. Até que a maré virou. Depois das melancólicas eliminações para o Corinthians, Abel Ferreira finalmente resolveu testar uma formação com Flaco e Roque como dupla de atacantes. Era o que ambos precisavam. Nos últimos dez jogos, o argentino tem sete gols e uma assistência. O Tigrinho, oito gols e quatro assistências. Doze participações em gol em dez confrontos. Ontem, contra o River, estava imparável. Literalmente. Nada parecia capaz de derrubar seu corpo e sua autoestima. Como um veterano cascudo, ria na cara dos argentinos que tentavam provocá-lo. A Gonzalo Mentiel perguntava, com uma piscadinha: "Como é seu nome?" O lateral-direito foi o responsável pelo pênalti decisivo da Argentina na final da Copa do Mundo de 2022. Roque não estava nem aí. Em seu Instagram, postou um story encarando Riveros com a legenda "Buenos dias", ao som de . Além de um gol no Monumental, deixou a sua marca aos 6 minutos do segundo tempo no Allianz, empatando um certame até ali muito tenso para o Palmeiras. Ainda viu sua dupla dinâmica assinalar mais duas vezes, fechando o placar agregado em 5-2. Em 16 de julho, irritado com as cobranças sobre o atacante que em 25 partidas marcara apenas três gols, Abel admitiu: "A sensação que eu fico é que ele joga com 50 quilos nas costas. E às vezes o melhor que temos que fazer é ajudar da maneira que podemos. Pode ser jogando, pode ser ficar sem jogar. Por isso nós fomos resgatar esse jogador. Ou será que o Barcelona tem olheiros cegos, não sabe a qualidade que ele tem? Ele sabe disso, nós sabemos, e vamos tentar ajudar como sempre fizemos com todos os jogadores aqui". Pois estavam todos certos. Vitor Roque é tudo isso mesmo. Ele só precisava de tempo e da parceria certa. Sua recém-adquirida confiança? Parece vir do lugar mais sólido que a confiança pode vir: a vida real. Siga Alicia Klein no Se inscreva no Assine a