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Logo após o bicampeonato mundial sub-20, o Flamengo viu peças importantes do elenco se despedirem, casos de Matheus Gonçalves, Lorran e Shola. O momento, porém, não assusta e é tratado com naturalidade e parte de um novo processo que tem sido implementado na base do clube, dada à realidade esportiva atual da equipe profissional: a de formar para o mercado. Técnico da equipe, Bruno Pivetti foi contratado em julho deste ano. O treinador aceitou o desafio de largar a carreira no futebol profissional, onde teve passagens por diversos times — principalmente das Séries B e C - para colocar o projeto em prática. Após o épico título mundial sub-20, nos pênaltis, sobre o Barcelona, no Maracanã, deixaram o Flamengo Lorran, Matheus Gonçalves e Shola. Lorran foi emprestado ao Pisa, da Itália, por 500 mil euros (cerca de R$ 3 milhões) com uma obrigação de compra de 4 milhões de euros (R$ 25,2 milhões) por 50% dos direitos em caso de cumprimento de metas. Matheus Gonçalves foi vendido para o Al Ahli, da Arábia Saudita, por 8 milhões de euros (R$ 50, 5 milhões). Já o nigeriano Shola foi negociado para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, por US$ 400 mil (cerca de 2,1 milhões de reais) por 50% do atacante. "A maior parte da minha carreira como treinador foi na categoria profissional. Já tive a experiência de dirigir uma equipe sub-20 dez anos atrás e buscava há algum tempo poder contribuir da melhor maneira com um projeto sólido de futebol de médio, longo prazo. Foi isso que o Alfredo Almeida me apresentou quando me fez o convite para o sub-20 do Flamengo. Pela seriedade do projeto, pelas condições de trabalho, pela qualidade dos jogadores, prontamente aceitei porque entendi que poderia agregar ainda mais valor e que o Flamengo poderia colher frutos tanto para a categoria profissional como para o mercado como um todo". "Como tive diversas experiências como treinador principal no futebol profissional, em diferentes partes do Brasil e também no exterior, posso trazer aos jogadores do sub-20 uma noção melhor da realidade do mercado do futebol. A estrutura do Flamengo é uma das melhores do país, mas essa noção de mercado fora daqui é extremamente importante, primeiro para os jogadores valorizarem as condições de trabalho que o clube oferece, como também para se prepararem mentalmente para, caso um dia saiam do clube, possam continuar buscando evolução e desenvolvimento, independentemente das condições de trabalho. É assim que o jogador profissional busca a evolução e tem uma chance maior de alcançar patamares superiores". "Procuramos estimular no sub-20 alguns princípios de jogo que são muito bem executados na categoria profissional, como por exemplo na questão defensiva, essa marcação em bloco alto da saída de jogo do adversário, uma realização de blocos compactos de marcação. Do ponto de vista da recuperação da posse de bola, uma boa escolha entre a retirada da bola da zona de pressão ou a execução de um ataque rápido. Em relação à parte ofensiva, esse apreço pela posse de bola, uma boa combinação entre o jogo apoiado, mas também a utilização de espaços oferecidos pelo adversário por meio de ataques mais rápidos. No momento da perda da bola, uma reação imediata para que os jogadores exerçam a pressão pós-perda". "O contato com o Filipe Luís e o futebol profissional é feito essencialmente pelo Alfredo Almeida. Nós estabelecemos alguns processos de trabalho para facilitar esse fluxo de informações entre a categoria profissional e o sub-20 para que a gente possa estar o mais preparado possível para atender da melhor maneira as demandas do profissional".