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O Palmeiras foi dono do Monumental por 45 minutos de manual. Time concentrado, linhas compactas, saída limpa e bola parada venenosa. Logo no começo, aos cinco minutos de bola rolando, Andreas Pereira (em noite de estreia como titular à altura do tamanho do jogo) cobrou escanteio perfeito na cabeça de Gustavo Gómez, o capitão que impõe respeito em qualquer estádio. Depois, pressão alta bem calibrada, recuperação no campo ofensivo, passe açucarado de Flaco López e frieza de Vitor Roque para fazer 2 a 0. Um primeiro tempo de quem sabe jogar Libertadores fora de casa! Só que, no segundo tempo, Marcelo Gallardo mostrou por que é referência. Adiantou o bloco, povoou a intermediária, acionou Juanfer e Borja e colocou o River de volta no no jogo. O empurrão emocional das arquibancadas veio junto, e a insistência premiou os donos da casa aos 43 minutos: chute de Martínez Quarta, desvio em Piquerez e vida nova aos argentinos. Teve ainda lance tenso com Weverton e Montiel, revisado e anulado por impedimento na origem (ingrediente típico de jogo grande). O roteiro poderia ter decretado a "morte" do River em Buenos Aires. Mas não decretou. O gol tardio manteve o gigante argentino respirando forte para o duelo do Allianz Parque. Tudo aberto, sim, mas com o Palmeiras ainda favorito pelo que apresentou, pelo elenco e pela atmosfera que o espera em casa: 70% x 30%. Se repetir a intensidade do primeiro tempo, o Verdão carimba a vaga. Se der espaço ao River de Gallardo, a noite promete ser longa.