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A Bola de Ouro, prêmio individual mais prestigioso do futebol, será entregue nesta segunda-feira, em Paris. Em uma temporada sem um favorito claro, o nome de um brasileiro desponta como candidato a ficar com o troféu: Raphinha. Mas será que dá para sonhar com o fim do jejum do país pentacampeão mundial no prêmio da ? Olhando apenas para os números, a resposta é sim. Mas, de acordo com fontes ouvidas pelo , a tendência é que o brasileiro brigue pelo top 3, mas não pelo primeiro lugar. Raphinha fez a temporada de sua vida em 2024-25 pelo Barcelona. Foram 34 gols e 22 assistências em 57 partidas oficiais pelo clube catalão. Na seleção, foram mais quatro gols e uma assistência no mesmo período. Ninguém nas maiores ligas do futebol mundial teve participação de tantos gols. Nem Ousmane Dembelé e Lamine Yamal, maiores rivais do brasileiro na disputa pelo prêmio, atingiram cifras tão expressivas: o francês marcou 35 gols e deu 15 passes; o fenômeno espanhol balançou as redes 18 vezes e deu 21 assistências. Além disso, Raphinha foi um dos artilheiros da Champions League, com 13 gols marcados — o guineense Serhou Girassy, do Borussia Dortmund, foi o único que conseguiu igualar o gaúcho. O brasileiro também liderou nas assistências, com oito, à frente de Dembelé, que deu seis passes para gol. Outro fator que pode ajudar Raphinha é a baixa rejeição: o brasileiro não é um jogador que cria inimigos em outras equipes ou na mídia. Ele também não está envolvido em situações controversas dentro e fora de campo — um dos motivos que tiraram o prêmio de Vini Jr. no ano passado. Como a votação é feita por jornalistas, ter uma boa imagem pode ter influência direta. Afinal "classe e fair play" são o terceiro critério de votação, depois do desempenho individual e das conquistas coletivas. Se é verdade que a temporada não tem um favorito destacado ao prêmio, também é certo que a concorrência para Raphinha é intensa. A começar por seus companheiros de clube no Barcelona: Lamine Yamal, Pedri e Robert Lewandowski estão indicados. O fato de ter vários jogadores do mesmo time na lista já é um complicador, porque há uma tendência a pulverizar os votos. O Barcelona foi um dos destaques da temporada passada, com os títulos do Campeonato Espanhol, da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha — mas caiu na semifinal da Champions League. Assim, os jornalistas que quiserem homenagear a campanha do clube, provavelmente escolherão um ou dois jogadores, e o voto pode acabar se dividindo entre os quatro atletas. Outros rivais de peso vêm justamente do Paris Saint-Germain, campeão do principal torneio de clubes da Europa. O grande candidato do clube francês é Ousmane Dembelé, principal jogador ofensivo do time que finalmente conquistou o título continental. Mas há outros nomes, como o volante Vitinha, maestro do meio-campo, ou o lateral esquerdo Nuno Mendes. Ambos foram campeões também da Liga das Nações pela seleção de Portugal. Outros dois candidatos surgem na disputa colocando sobre a mesa seu número exorbitante de gols: Harry Kane, do Bayern de Munique, marcou 47 vezes entre clube e seleção na temporada passada; e Kylian Mbappé, que se tornou o maior estreante da história do Real Madrid com 44 gols na primeira temporada pela equipe da capital espanhola. Desde que Kaká conquistou a Bola de Ouro em 2007, o Brasil espera por um novo vencedor do prêmio da France Football. Quem chegou mais perto foi Vini Jr., segundo colocado no ano passado. O brasileiro acabou derrotado pelo espanhol Rodri, e nem viajou para a cerimônia, atendendo a determinação do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez. Outro que também se aproximou do topo foi Neymar. Em 2015 e 2017, o recordista de gols com a seleção brasileira ficou em terceiro lugar, atrás de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, que se revezaram no topo.