🔎 ou veja todas as análises já realizadas

Análise dos Times

Bolívia

Principal

Motivo: O artigo explora a altitude como um trunfo potencial para a Bolívia, mas também destaca que não é uma arma infalível para eles, demonstrando um olhar equilibrado.

Viés da Menção (Score: 0.4)

Motivo: O texto aborda a preocupação com a altitude para o Brasil, focando nos potenciais desafios que a seleção pode enfrentar, sem, contudo, descrever um viés negativo explícito.

Viés da Menção (Score: -0.2)

Palavras-Chave

Entidades Principais

Brasil Carlo Ancelotti Bolívar The Strongest Roberto Fernández Bolívia El Alto La Paz Always Ready Ervin Vaca Hernando Siles Matheus Vaca Lampe Sagredo Paniagua Julio Baptista Diego Mateo Oscar Villegas

Conteúdo Original

Se o Brasil perder da Bolívia, terça-feira, na rodada derradeira das Eliminatórias, já sabemos qual será a primeira palavra na boca de treinador, jogadores e comentaristas: foi a altitude. A Bolívia receberá a seleção brasileira em El Alto, cidade colada na capital La Paz, mas ainda mais acima na montanha, a quase 4.100 metros. O ar é rarefeito na Cordilheira dos Andes. O esforço físico é punido com falta de ar e coração acelerado. Alguns fisiologistas usam o termo "desumano" para resumir o que é jogar na altitude. Há corpos que se adaptam bem e outros que sofrem mais. Mas tudo isso é... para os dois lados. "Sim, claro (que é um problema), também para quem não vive aqui. Obviamente, nós jogamos muito tempo aqui, sabemos como são as coisas e temos um par de treinos para nos adaptar. Eles, não. Mas é parte do futebol, é o lugar onde vivemos, onde treinamos, é jogar e ver o que acontece", falou ao UOL Esporte o ala Roberto Fernández, que atua no Akron, da Rússia. Ele é um dos 16 convocados da lista original boliviana para os últimos jogos de eliminatórias que não atuam e nem vivem "nas alturas". A Bolívia treinou no sábado no estádio Hernando Siles, o maior de La Paz, que tradicionalmente recebia jogos da seleção local, além dos dois maiores clubes do país, Bolívar e The Strongest. O Siles está a 3.600 metros de altitude e também será o palco dos treinos de domingo e segunda. Na terça, todos pegam a estrada - ou o teleférico - para ir a El Alto. O estádio é menor, com capacidade de pouco mais da metade do Siles, mas fica no céu, nas alturas, para fazer valer a vantagem boliviana. Só que apenas 11 atletas convocados atuam no Bolívar, Strongest ou Always Ready, os times do eixo La Paz-El Alto e, destes, somente 5, menos da metade do time, foram titulares na derrota de quinta-feira contra a Colômbia - o goleiro Lampe, o lateral esquerdo Sagredo e os meio-campistas Matheus e Ervin Vaca formam o eixo do Bolívar, e o atacante Paniagua atua no Always Ready. "Eu vivi aqui muito tempo", disse Fernández. "Obviamente, sim afeta não viver aqui e estar fora, mas temos que saber lidar com a altitude." O jornalista Diego Mateo, do canal "Deporte Total", contou que o tema da altitude não é visto como uma arma infalível por parte dos bolivianos. "Justamente porque alguns jogadores vêm de fora e não estão acostumados. Não são só os adversários que sofrem". Julio Baptista, da rádio Los Dueños de la Pelota e natural de La Paz, conta que quando ele fica até um mês afastado da altitude, volta para a capital e seu corpo ainda está habituado aos efeitos. Mas, se ficar mais de um mês fora de La Paz, não tem jeito, vai sentir do mesmo jeito que qualquer pessoa que nunca tenha vindo à cidade. "É um tema interno também, os clubes de Santa Cruz de la Sierra reclamam", conta. "Se joga onde se vive", diz a mensagem no telão do Hernando Siles, como uma mensagem aos adversários, federações e aos críticos, que queriam a proibição de jogos na altitude. A vantagem para a Bolívia, pela percepção no treino deste sábado, não é tão gigantesca como costumamos falar no Brasil. "É mais psicológico do que prático", opina Mateo. A Bolívia foi a primeira seleção a ganhar do Brasil um jogo de eliminatórias, um 2 a 0 em julho de 93, na campanha que classificou os bolivianos para a Copa do Mundo de 94. Eles precisam repetir o resultado de vitória e torcer para que a Venezuela não vença a Colômbia para poderem ir à repescagem mundial, que dará mais duas vagas para 2026. "Nós estamos animicamente bem, estamos a cem por cento, a vaga segue aberta e vamos lutar por nosso sonho e o sonho da Bolívia, que é ir para a repescagem do Mundial", disse o meia Vaca, que acredita que o Brasil vai "vir para o jogo" sob o comando de Carlo Ancelotti. Na Bolívia, corre o boato de que Ancelotti não virá a El Alto por já ter certa idade e não ter de se submeter à altitude. Não há nenhuma informação que tenha chegado da CBF sobre a possível ausência. Algumas perguntas dos repórteres locais para os jogadores bolivianos trataram sobre a visita de "um técnico de Champions League" aos Andes. "Muitos técnicos querem vir à eliminatória, sabem a competitividade que existe aqui, que é muito intenso, se joga em diferentes climas. Vai ser muito lindo tê-lo aqui. Mas não é só o técnico, os jogadores que o Brasil tem também, todos competem em ligas muito competitivas. Nós não vamos nos apequenar e vamos sair para buscar o resultado", garantiu Vaca - que, apesar da confiança e ter participado da entrevista, pode ser sacado do time pelo técnico Oscar Villegas, segundo a imprensa local. "Nós temos que tratar de fazer o nosso trabalho, sabemos o time que é, a classe de jogadores que tem. Nós temos que pensar em ganhar e tratar de sermos positivos nos treinos antes da partida", concluiu Fernández.