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Depois de fazer história no Mundial de Atletismo de 2025, em Tóquio, no Japão, palestrou na nesta quinta-feira. No evento, realizado no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo (SP), o medalhista de ouro na prova de 20 km da marcha atlética, apontou o . O atleta de 34 anos destacou os pontos que estão levando o atletismo brasileiro para o pódio. Ele ainda mostrou otimismo em relação ao futuro. "Apoio e estrutura é a oportunidade para a gente mostrar nosso talento. Às vezes, no começo, você acredita, mas precisa mostrar resultados. Já peguei outros dois presidentes da CBAT. Hoje, o que gosto muito, é a comunicação com o COB. Conseguimos mais estrutura. Quando a gente vê a base vindo forte, é muito legal. O Brasil sempre mostrou matéria-prima. O detalhe é conseguir com que essa matéria-prima mostre o seu talento. A gente vê várias gerações na marcha atlética, isso mostra que está acontecendo essa oportunidade de mostrar o seu talento e permanecer", disse. "Meu primeiro mundial foi em 2011, com outra estrutura e pensamento. O que me levou ao Mundial e a minha primeira medalha, em 2017, não é o Caio que me levou para 2023, para outra medalha. Tem que ir melhorando. Se não, você vai ser engolido pelos rivais. O Caio que me levou para Budapeste não é o mesmo que me levou para Tóquio. Vem fisioterapeuta, fisiologista e mostra novos caminhos. Você tem que se atualizar. Esse ambiente orgânico, onde você tem a oportunidade de chegar lá e ter a oportunidade de conhecer toda equipe, ser avaliado... isso tem dado oportunidades. Isso que tem fomentando e trazendo esse profissionalismos. A gente só via isso na Europa", ampliou. também participou da palestra "Rumo ao Mundial: 200 dias para a marcha atlética fazer história em Brasília". A heptacampeã brasileira e medalhista pan-americana valorizou essa comunicação entre as organizações. "Vemos uma grande diferença quando a gente vê essa comunicação e suporte. Na minha carreira, de 2022 para cá eu virei uma nova Viviane, por ter esse suporte. O apoio que recebemos das Forças Armadas, faz diferença. Fez total diferença na minha carreira, foi minha alavanca para chegar onde estou, representando o meu país. São vertentes muito importantes para a gente atingir nosso alto nível", relatou. Campeão mundial, Caio Bonfim dá dicas sobre a marcha atlética: assista O desempenho do Brasil na marcha atlética no Mundial de 2025 deixou , presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, . O mandatário não escondeu a sua alegria ao ver a modalidade conquistando cada vez mais êxitos. "Saldo fantástico. O mais importante no esporte é a pedagogia. Quando vemos esses resultados, vemos que o caminho está muito bem trilhado. Costumo resumir que a marcha atlética é o xadrez do atletismo. Você tem peças mais fortes, movimenta, ataca e se defende. O Caio fez uma prova perfeita para ele. Para os outros foi um caos. Por que o Caio ganhou? Ele sabe o que faz", pontuou. Caio Bonfim conquistou o ouro nos 20km e a prata nos 35km. O brasileiro também coleciona na carreira o bronze nos 20km em Londres, em 2017, e em Budapeste, em 2023. Já Viviane Lyra terminou na 12ª colocação nos 20km e em 13º lugar nos 35km do Japão. Wlamir Motta Campos acredita que a grande repercussão dos resultados servirá de incentivo para os mais jovens. "Essa semana a imprensa repercutiu muito que o Caio extrapola o atleta. Quero que as crianças se inspirem no Caio e na Viviane. Ela trabalhava numa banca de pastel, mas sabia o que queria. Ela é um exemplo. Melhor campanha da história do atletismo brasileiro. Foi nossa melhor temporada. O que fica? Todos falando desses exemplos. A medalha é consequência. Na marcha, você precisa ser melhor que você. Isso nos inspira muito", destacou. Caio Bonfim aproveitou para relembrar como foi a conquista da medalha de ouro no último dia 19. O brasileiro revelou que não sabia que estava liderando a prova até os segundo finais. "Essa prova foi desafiadora. O clima em Tóquio estava quente. Tivemos que acostumar. Tinha o desgaste dos 35km pra chegar nos 20km. Aí já foi um desafio. Fui conservador. Era melhor esperar o final para ter energia. E ainda perdi a aliança ainda no começo. Sabia qual ritmo podia fazer. No final, cheguei sem nenhuma falta e pude arriscar. Meu medo era brigar pela medalha no estádio. Então forcei no final para abrir. Não sabia que o japonês tinha sido penalizado. Queria garantir a minha prata e, quando faço a curva, vejo a faixa. E não tem faixa para segundo. Ai caiu a ficha que eu era primeiro", contou. "Eu ainda perguntei se era o primeiro mesmo. Foram muitas coisas que tive que fazer. Graças a Deus deu tudo certo. Foi importante saber que eu não era o primeiro. Achei que era o segundo e fui forçando. E depois achei a aliança (risos)", completou. Viviane, por sua vez, entende que cometeu alguns erros em suas provas. A brasileira de 32 anos, contudo, voltou ao Brasil satisfeita e confiante em resultados melhores no futuro. "A gente começava no estádio e tinham duas subidas logo depois, nesse pequeno trecho eu me perdi um pouco. Sai forte. Pensei que o ritmo estava fraco, mas estava bem intenso. Eu pequei um pouco nessa parte, no começo. Depois dei uma segurada para vir de trás. A umidade estava muito alta. Tive pequenos erros na de 35 km para corrigir nos 20 km, que foi uma prova mais rápida e consegui uma melhor colocação. Acredito que ainda tenho muito a corrigir e aprender", declarou. "Dei tudo que tinha de melhor e saí com a cabeça erguida. Até me emociono. Vai muito além de só performance. Estava representando uma nação. Mesmo quando a situação sai do nosso controle e pensamos em desistir, tiramos uma força do além para seguir. É muito bom estar ali representando e mostrando que podemos realizar sonhos. Passei por problemas na temporada, mas não podia desistir. Sei que poderia ir muito melhor, mas estou muito grata. Estamos focados agora na próxima temporada. Todo resultado soma muito. Aprendi muito e convivi com um campeão (Caio Bonfim). Agrega muito. Estou muito feliz", finalizou.