Conteúdo Original
Cinco meses após deixar o Corinthians, Emiliano Díaz avalia que ele e o pai, Ramón, foram "usados" no ato da demissão em meio ao momento político conturbado no clube. Ele evita citar nomes. "Tenho mais relações com os brasileiros do que com os estrangeiros. Criei uma relação de irmão com Vegetti [do Vasco], com o Carrillo, que conheço há mais de seis anos, o Garro também se tornou parte da minha família, mas, no mais, tenho muito mais relação com os brasileiros. Estive procurando por casa e me juntei com o Rodrigo e depois com todos os brasileiros. Um rumor saiu, mas não significa que é a realidade. É só ver os posts quando faço aniversário ou quando são datas assim. Geralmente são os brasileiros que publicam coisas comigo." "Para mim, ele tem todas as condições para estar. Sobretudo pela personalidade que ele tem. Lutar por um título não é a mesma coisa que lutar contra o rebaixamento jogando em um clube que tem 40 milhões de torcedores. Se destacar da forma que ele se destacou é incrível, com a performance que fez, tanto na assistência, no gol, em momentos difíceis em que ele pega a bola e quer decidir. Ele fazia infiltrações para jogar. Eu acho que é um jogador dos mais completos que a gente teve sob comando. Por sua personalidade e, sobretudo, pelas condições que ele tem. Eu, como fã da seleção, adoraria ver isso." "Eu tive a oportunidade de ir ao Santos sozinho quando saí do Corinthians, estivemos perto, mas não se deu por diferentes coisas [...] Falei com ele, me recebeu muito bem, tivemos uma reunião e ele me tratou muito bem. É de uma humildade muito grande. Me recebeu na casa dele porque havia a possibilidade de eu ir para lá e ele queria falar comigo. Ficamos quatro horas conversando, falando do futebol e da vida. Foi um orgulho." "Eu acho que o meu desejo é que o Brasil ganhe. Como Messi ganhou merecidamente, me encantaria ver o Neymar campeão, pelo que fez em sua carreira, pelo que é como pessoa. É o último que nos resta da América do Sul, dos grandes, que não conseguiram. Na última Copa do Mundo, todos queríamos que o Messi ganhasse. Querendo ou não, somos sul-americanos. Existe a rivalidade. Mas já que o Messi ganhou, seria bom também agora que o Ney possa fechar esse ciclo de sua carreira com a Copa do Mundo." "Ao lado do meu pai, graças a Deus, nós lutamos por títulos em todos os clubes pelos quais passamos. Lutar contra rebaixamento não é vida. Você não vive. No Vasco, a pressão era um pouco menor, mas isso era uma loucura. Você não vive, não dorme, você ganha, os outros ganham e você está lá. Não te dão uma taça por salvar o clube do rebaixamento. Imagina se acontece algo assim [rebaixamento] com um clube que tem 40 milhões de torcedores? A sua vida passa a ser um inferno, é algo que te vão lembrar a vida toda, não vai poder sair na rua mais. As pressões são totalmente diferentes. No dia a dia, a decisão do jogador, a bola pesa ou tem outro peso, você sabe que se errar, fica marcado." "Eu ficaria toda a minha vida trabalhando no Brasil. Mas o futebol tem coisas, passa por ofertas, passa por um monte de coisas que eu não controlo. Às vezes há coisas que não posso dizer não. Há compromissos de vida e não se pode dizer que não. Mas se dependesse de mim, eu escolheria trabalhar toda a minha vida no Brasil." "A Copa do Brasil é mais difícil que a Libertadores. Você tem que jogar, enfrentar treinadores de elite e jogadores que fizeram história de verdade no futebol. Quando estamos na Argentina ou Paraguai, a última coisa que queremos é enfrentar um brasileiro. Aqui no Brasil não tem como escapar: Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Vasco... Na Libertadores, você enfrenta dois ou três. Mas no Brasil você tem que enfrentar todos e com pressupostos que estão iguais em condições que as tuas. A Libertadores é um dos troféus mais importantes, as dificuldades que tem de altura, viagem, é muito mais difícil de ganhar. Mas estamos falando a nível de jogo, de liga, você enfrenta a elite do que é a América do Sul no Brasil." "É uma questão de tempo, não falta muito. Acho que vamos fazer um ou dois clubes mais juntos, porque queremos ver, queremos chegar ao pote de ouro. Encontrar uma situação onde podemos ganhar algo importante juntos. Estou em um momento que quero, que sei que tenho as possibilidades, que me sinto muito respeitado nos grupos. Então é uma questão de tempo, nada mais. Não me pressiono porque não sinto a necessidade do ego de dizer que sou o treinador principal." "Existe uma diferença enorme, dependendo do clube. Mas sim, há uma diferença gigante entre futebol, entre infraestrutura, qualidade de jogadores, campo onde você joga. São um monte de situações que fazem o futebol brasileiro um pouco mais avançado."