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A base do vive um momento de hegemonia no futebol brasileiro. No fim de agosto, o Alviverde faturou o tetra do sub-20 e chegou em sua 20ª conquista nacional em categorias de base — número bem superior aos demais rivais. O entrevistou Lucas Andrade, técnico bicampeão brasileiro com o time sub-20, que comentou alguns pontos que fazem a base palestrina se sobressair. Além de explicar como surgiu a geração do bilhão dentro do clube. "O sub-20 hoje é uma categoria, como o Abel gosta de nos chamar, uma equipe B, no modelo europeu, onde você precisa ser competitivo em nível nacional, em nível estadual e internacional. Isso mostra a força da marca, a força da Academia de Futebol como um todo e sem perder de vista a formação dentro desse processo. São coisas que andam juntas e estamos conseguindo conciliar uma base que vence com frequência e também coloca muitos jogadores no profissional para fazer vendas ou para seguir realmente na equipe principal". "A nossa lógica no Sub-20 é que os 11 jogadores que iniciaram a final, e algumas opções do banco, todos eles têm que estar aptos nas suas posições a suprir equipe principal imediatamente. Se a equipe principal vai demandar, será uma questão de elenco, de ajuste, de momento, mas nenhum jogador pode estar atuando no Sub-20 sem ter nível para hoje atender equipe principal de maneira eficiente". "É uma geração que chegou muito cedo no clube e que alcançou grande sucesso em todos os níveis da formação. Essa geração foi forjada no clube para ser a geração que traria as grandes vendas, traria os grandes movimentos de mercado, colocaria os jogadores na seleção principal. E foi um movimento que aconteceu de maneira natural dentro do que era o planejado do clube, mas ao mesmo tempo extremamente agressiva, uma geração que partiu do 16, 17, direto para o profissional, no caso do Estêvão. Então, a gente conseguiu enxergar esse talento neles muito cedo". "O clube conseguiu blindar eles das pressões e de tudo que o externo traz, sempre colocando para eles que o importante era o Palmeiras. Então, eles desciam para jogar. Muitas vezes eles eram atletas que jogavam no Sub-20, no Sub-17 e no Sub-15, porque não fazia diferença a categoria que eles estavam. Eles eram atletas de Palmeiras, "todos somos um" que o Abel tanto reforça e o João [Paulo Sampaio, coordenador da base palmeirense] sempre teve um comando muito forte com relação a isso. Então, essa transição de categoria que nunca foi um tabu, como em muitos clubes é. Isso ajudou esses jogadores a respeitarem a camisa, a respeitarem o clube e a fazer o processo deles de formação em excelência". Lucas também se sente uma "cria da Academia", como são classificados os jogadores formados na base do clube. Ele afirma que o Palmeiras também investe nos treinadores para fazer uma transição para o profissional no futuro — o que já aconteceu com Paulo Victor Gomes. "Nós treinadores temos uma carência de escolas de formação dentro do processo. Acho que poucos clubes investem em formar os treinadores dentro da sua Academia de Futebol, seja ele para construir uma carreira dentro da categoria de base ou mesmo fazer a transição profissional. Então, olhando para trás, eu consigo entender muito bem o quanto hoje eu analiso Palmeiras e enxergo as equipes do Palmeiras com clareza, por ter um conhecimento da casa, por estar muito tempo, conhecer as pessoas", concluiu.