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Jogão. Dois times a fim de vencer e buscando atacar. Estádio lotado, torcida eufórica. O primeiro tempo foi de correria e ofensividade. Galo, jogando em casa, um pouco mais perigoso, mas o Cruzeiro se recusava a ficar lá atrás. Qualquer um dos dois times poderia ter ido para o vestiário em vantagem, mas acabou mesmo foi zero a zero. Na volta para o segundo tempo, o Atlético pareceu mais nervoso e ansioso. O Cruzeiro seguiu seu ritmo e não demorou a fazer um, depois dois gols, e aí tudo mudou. A torcida saiu do êxtase para a reclamação e para o xingamento. Azedou o clima. O Cruzeiro crescia e o terceiro gol parecia maduro. Jogando com força máxima, a Raposa ia colocando o Galo nas cordas. A novidade na escalação do time de Cuca, que era Dudu entre os titulares, se mostrou uma frustração. Dudu nada fez, nada propôs, nada deixou em campo até ser substituído. Hulk esteve entregue à chiar, abrir os braços, exigir faltas que só ele via. Aos 30 do segundo tempo, o craque teve a chance de diminuir em cobrança de falta perto da área. Fechou os olhos e fez uma longa oração captada pelas câmeras. Em seguida, chutou fraco e rasteiro na barreira. Minha mãe diria que é hora de mudar o santo. Enquanto isso, o Cruzeiro voava como queria. Fabricio Bruno fez um jogo perfeito, assim como Kaio Jorge. Leonardo Jardim montou um time orientado para o ataque, mas que soube se defender quando o Galo foi melhor. Um time solidário, motivado e eletrizante. Aos 42, outra falta para o potente chute de Hulk. Dessa vez sem oração, ele tentou colocar a bola e chutou por cima. No final, dois a zero até o jogo da volta, semana que vem na casa do Cruzeiro. Esse Cruzeiro pode chegar longe na Copa do Brasil. E a torcida azul, que por tanto tempo sofreu, já voltou a ser feliz.