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Um estilo de futebol exigente, treinos duros, cobranças táticas e contato físico, além de um idioma complicado de aprender e entender. Jogar na Alemanha é um desafio grande, mas o volante Vini Souza, ex-Flamengo, vem tirando de letra até agora. O jogador, de 26 anos, chegou ao Wolfsburg nesta temporada, depois de dois anos no Sheffield United, da Inglaterra. A adaptação foi rápida: antes de aprender a falar "bom dia" em alemão, Vini já foi escalado como titular para um amistoso de pré-temporada contra o Espanyol, de Barcelona, em 30 de julho. Não saiu mais do time. Desde então, foi titular em outro amistoso, na estreia na Copa da Alemanha e nas duas primeiras rodadas da Bundesliga — o Wolfsburg soma uma vitória e um empate. "Eu cheguei há pouco tempo e estou passando por esse processo de adaptação. Como eu já atuei em outros países da Europa, como na Espanha e na Inglaterra, acho que esse período é um pouco mais fácil, mesmo sendo um país e uma liga diferente das outras. O trabalho em si, a rotina, o dia a dia no clube é parecido aos outros clubes", disse ao . Criado nas categorias de base do clube da Gávea, Vini Souza passou pelo futebol da Bélgica, jogou no Espanyol de Barcelona e no Sheffield United, tanto na Premier League quanto na segundona inglesa. Com o rebaixamento na temporada passada, ele foi vendido ao Wolfsburg por 15 milhões de euros (cerca de R$ 94 milhões). "Os treinos intensos e bem legais. O que muda bastante aqui é o idioma, a cultura do alemão e os costumes. Mas eu sou um cara bem adaptável e pra mim está sendo tranquilo. O pessoal me recebeu muito bem", acrescenta. O fato de ter sido titular nas cinco partidas desde que estreou mostra que Vini está em alta com o técnico Paul Simonis. Além da imposição física que o caracterizou em todos os clubes por onde passou, o brasileiro tem mostrado eficiência nas estatísticas defensivas. Ele é o oitavo colocado em interceptações na liga e está em 15º em desarmes. Em um meio-campo dos mais combativos da Alemanha, tornou-se uma referência defensiva. O objetivo, agora, é concluir o processo de adaptação e ajudar a equipe na meta de brigar por uma vaga nas competições europeias. Para Vini, um bom desempenho individual e coletivo também pode reconectar a Bundesliga com o futebol brasileiro — nos últimos anos, o futebol alemão tem deixado de lado os atletas do país pentacampeão mundial. "A Bundesliga sempre foi um campeonato muito forte, de muita intensidade e de bastante disputa pela bola. Nos últimos anos, as outras ligas europeias evoluíram muito e contrataram vários sul-americanos. Espero que mais brasileiros possam vir pra cá porque é um país parecido ao nosso em relação à paixão pelo futebol", avalia. Neste sábado, às 10h30, o Wolfsburg enfrenta o Colônia, pela terceira rodada da Bundesliga. Uma vitória deixaria a equipe de Vini Souza na briga pela liderança da competição — o Colônia tem 100% de aproveitamento, ao lado de Bayern de Munique e Eintracht Frankfurt.