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Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém, já dizia o ditado popular repetido à exaustão em minha Muzambinho-MG. E, quando o assunto é garoto despontando no futebol, prudência é palavra de ordem. Afinal, análises precoces podem se tornar piada na roda de bar alguns anos depois. Mas, vamos falar a verdade: como não se empolgar com este menino-goleador do Corinthians? Além de muito talentoso, carrega um apelido fortíssimo, daqueles que grudam na boca do povo. Nada de "Gabriéis", "Felipes", "Emersons" e "Tiagos" que vemos aos montes. Ele é o Gui Negão, único, com um nome que carrega raízes, identidade e orgulho. Que nenhum "jênio" tente convencê-lo a trocar por Guilherme William, seu nome de batismo, pelo amor de Deus! E bola ele joga. Viu? E muita! Não fosse por ele, o Corinthians (que também contou com uma ajudinha do apito, justiça seja feita) dificilmente teria superado o Athletico-PR nas quartas da Copa do Brasil. Foram três participações diretas nos gols alvinegros do confronto: Em Curitiba, apareceu como um foguete para completar o cruzamento de Matheuzinho; Em Itaquera, mostrou oportunismo e repertório ao soltar uma "chicotada" na bola pererecando na área; E ainda deu o passe magistral para Rodrigo Garro abrir o placar na Neo Química Arena. Não é à toa que já tem gente por aí chamando o jovem de "O Novo Xodó da Fiel". E aposto que nem o próprio Craque Neto, dono incontestável do apelido, se incomoda com isso. Pelo contrário, de estar orgulhoso Pois não tem como não ficar feliz ao ver a carinha de espanto do garoto encarando a arquibancada depois dos seus gols. Nesse olhar meio bobo, vemos a realização de um sonho: o de um corintiano roxo que sempre sonhou em balançar as redes com a camisa do Timão. E, pelo jeito, não vai parar por aí. "Azar" de Yuri Alberto, que agora terá de correr dobrado para recuperar a posição no comando de ataque alvinegro. Aliás, impossível não olhar para o atacante corintiano sem lembrar de Viola. Será que Ancelotti, assim como Parreira em 94, poderá levá-lo para a Copa como uma espécie de "elemento surpresa"? Difícil, claro. Mas no futebol o impossível não existe. E sendo sincero: com tanto carisma, humildade e talento, difícil não torcer para vê-lo logo com a amarelinha. Esse menino é especial!