🔎 ou veja todas as análises já realizadas

Análise dos Times

Brasil

Principal

Motivo: O artigo detalha a conversa de Ancelotti com a CBF e a expectativa sobre seu trabalho como treinador da seleção brasileira.

Viés da Menção (Score: 0.9)

Motivo: O Milan é citado como exemplo de sucesso e adaptabilidade de Ancelotti, com menção a conquistas importantes.

Viés da Menção (Score: 0.7)

Motivo: O Real Madrid é mencionado em relação a um feito específico de Zidane, servindo de contraponto para a carreira de Ancelotti.

Viés da Menção (Score: 0.5)

Palavras-Chave

Entidades Principais

rio de janeiro milan real madrid brasil carlo ancelotti zidane arrigo sacchi cb bar berlusconi

Conteúdo Original

Carlo Ancelotti recebeu a equipe do no Museu da Seleção Brasileira, no edifício sede da CBF, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Cinco minutos depois de concluída a convocação e sua conferência de imprensa, estava pronto para a exclusiva. O repórter-comentarista, não. Chegou às pressas depois de julgar haver tempo de ir ao toalete. Nem por isso o treinador do Brasil perdeu a paciência. Simpaticamente recebeu o livro "Escola Brasileira de Futebol", deste autor, e segurou-o por toda a entrevista exclusiva que concedeu ao . Também folheou e autografou "La Squadra Perfetta - La Storia del Milan de Arrigo Sacchi" e perguntou se eu sabia sobre Giancarlo Dotto, o autor, que supostamente vive no Brasil. Ancelotti é um e um camaleão. O único treinador campeão dos cinco principais campeonatos nacionais da Europa, vencedor de cinco Champions League, por dois clubes de identidades totalmente diversas, era também um jogador versátil. Conto a ele que só um campeão da Champions disputou duas finais consecutivas repetindo a mesma formação, só o Real Madrid de 2017 e 2018, dirigido por Zidane. Mas uma outra equipe jogou com dez titulares iguais e só um desses jogadores mudou o número da camisa. Ele imediatamente responde: "Eu." O Milan, bicampeão europeu de 1989 e 1990, jogou a final de 1989 com Donadoni, número 7, e a de 1990 com Evani, 11. Os outros nove eram Giovanni Galli (1), Tassotti (2), Costacurta (5), Baresi (6) e Maldini (3); Colombo (4), Rijkaard (8), Gullit (10) e Van Basten (9). Adaptável sempre, Ancelotti era o volante com a 11, contra o Steaua Bucareste em 1989, para que Donadoni fosse o 7. E vestiu a 7 em 1990, contra o Benfica, para Evani ser o 11. O camaleão Carlo Ancelotti veste-se de diversas formas, sem jamais perder a elegância. Mora num hotel, no posto 8 da praia da Barra da Tijuca. Lá de cima, observa o movimento. Já perguntou se é possível ir caminhando até os quiosques. Recebeu conselho para não ir. Ouviu pergunta sobre por que não morar no Leblon, onde há bares e restaurantes mais legais: "Eu não posso fazer isso", respondeu Mas vai a restaurantes discretamente, na Barra. Na zona oeste do Rio, raramente é abordado. Alguns frequentadores pedem uma foto, discretamente. Ancelotti sempre aceita. De longe, observa, quer entender como funciona a vida local. O futebol, também. "Aqui o futebol é diferente. Pelas viagens e pelo calor, não há a mesma intensidade." É um dos segredos do sucesso em tantos lugares diferentes. O outro, o conhecimento, a atenção. Ele não respondeu, ao ser perguntado, mas o melhor treinador com quem trabalhou foi Arrigo Sacchi, o mestre do pressing e da marcação por zona, na Itália, no Milan, La Squadra Perfetta. Conto que telefonei a Sacchi assim que seu nome, Ancelotti, foi confirmado como novo treinador do Brasil. E que perguntei: "Qual a diferença de Ancelotti para os outros?" Sacchi respondeu: "A intuição. Ele percebe coisas que outros não percebem". Ancelotti ouve e sorri. Prossigo. "Sacchi me contou que pediu seu nome a Berlusconi, quando foi contratado pelo Milan. Berlusconi não lhe deu resposta por semanas e então insistiu. Berlusconi disse: 'Não vamos contratá-lo, porque temos um relatório e ele tem problemas sérios nas pernas". Ancelotti corrige: "Nos joelhos." Insisto: "Sacchi me disse pernas. Mas Sacchi afirma ter dito a Berlusconi. Não o quero pelas pernas. Quero-o pela..." "Pela cabeça..." completa Ancelotti. "Ele já contou esta história umas 200 vezes." E ri. Sai pela esquerda, elegante. Deixou contar a fábula inteira, mesmo conhecendo o final. De sua trajetória profissional, elegante e vencedora, já sabemos que trouxe ao Brasil a extrema elegância. Também quer ser vencedor.