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Manhã de fogos e vaias: o Flamengo anunciou preço mínimo de R$ 350 para a semifinal da Libertadores contra o Racing, e a medida instantaneamente virou assunto entre torcedores e comentaristas ( ). O presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, não se esquivou da polêmica e resumiu a estratégia chamando a semifinal de "final comercial", argumentando que, como toda a renda da final única fica com a Conmebol, a semifinal assume peso comercial decisivo na equação de preços ( ). O Flamengo detalhou os setores e valores: Sul R$ 350, Norte R$ 400, Leste Superior R$ 450, Leste Inferior R$ 500, Oeste R$ 600 e Maracanã Mais R$ 2.000 — com descontos para sócios-torcedores, meia-entrada e uma cota para gratuidades, segundo a diretoria ( ). Quem compara com o passado encontra números que justificam parte da reclamação: em 2019, contra o Grêmio, o setor mais barato saiu a R$ 140 (o topo a R$ 1,2 mil); em 2022, contra o Vélez Sarsfield, o mais em conta foi R$ 160 (o topo a R$ 1,6 mil) — uma escalada que alimenta o debate sobre elitização do público ( ). A reação da torcida foi em várias frentes: boicote de organizadas em jogos do Carioca, um boneco de Judas do presidente, cantos reivindicando preços menores e faixas como "ingresso caro, arquibancada vazia" — manifestações que contrastam com os episódios de lotação registrados ao longo da temporada ( ). Esse contraste aparece nos números: houve partidas com apenas 28.931 pagantes diante do Juventude, e outras com recorde de público — o empate por 0 a 0 com o Cruzeiro registrou 67,8 mil pagantes (72,5 mil presentes) e gerou renda de R$ 5,8 milhões no novo Maracanã ( ). No fim do dia, Bap reafirmou que entende o desconforto de quem não quer pagar mais, mas defendeu as escolhas do clube diante dos resultados comerciais e dos índices de público: "Você acerta e você erra. Mas duvido que alguém tenha acertado mais do que o Flamengo nesse ano", disse o presidente, encerrando o capítulo entre otimismo diretivo e ceticismo de parte da torcida ( ).