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Depois de fazer seu primeiro gol pelo Chelsea e decidir o clássico contra o Liverpool, no último sábado, Estêvão já pode dizer que está escapando da "maldição" que impregnou nos seus antigos companheiros da "geração do bilhão" do Palmeiras. Enquanto Endrick, Vitor Reis e Luis Guilherme encontram dificuldades para se firmar no primeiro escalão do futebol europeu, o caçula do grupo já tem sido utilizado como titular com uma certa frequência e recebido elogios em um dos clubes mais poderosos do planeta. Até por isso, o garoto de 18 anos é a única cria da base palmeirense convocada por Carlo Ancelotti para os dois amistosos da seleção brasileira nesta Data Fifa: contra Coreia do Sul, nesta sexta-feira, e Japão, na próxima terça. Apesar de ainda ter idade para participar de competições de categorias menores e de estar na Europa há somente dois meses, Estêvão participou de nove dos dez jogos do Chelsea neste início da temporada. Em alta com o técnico Enzo Maresca, o meia-atacante também foi titular em três desses compromissos: contra West Ham, Fulham e Brighton. O brasileiro já é o terceiro homem do setor ofensivo dos "Blues" com maior presença em 2025/26: 341 minutos em campo. Só João Pedro e o português Pedro Neto foram mais aproveitados do que ele. Contra o Liverpool, Estêvão tem seu primeiro grande momento vestindo a camisa da equipe londrina. Ele saiu do banco aos 30 minutos do segundo tempo e, já nos acréscimos, definiu a vitória por 2 a 1 no clássico válido pela oitava rodada da Premier League inglesa. Ao contrário de Estêvão, os outros grandes nomes formados em casa que o Palmeiras vendeu para equipes importantes do cenário internacional nos últimos anos estão passando por sérias dificuldades para se firmar na Europa. Considerado até pouco tempo atrás como uma certeza para a Copa-2026, Endrick virou "última opção" do ataque do Real Madrid e é o único jogador de linha do elenco principal merengue que ainda não estreou na temporada. Já o zagueiro Vitor Reis deixou o Manchester City por empréstimo em busca de uma maior minutagem para tentar uma vaga de última hora no Mundial. Jogar mais, ele até conseguiu, já que virou titular do Girona. O problema é que seu time catalão está na zona de rebaixamento da La Liga espanhola e tem a pior defesa da competição (17 gols). Luis Guilherme também está lutando contra o descenso, na Inglaterra. E com o agravante de que joga bem pouco no West Ham. O meia, que começou a temporada machucado, ainda nem completou 90 minutos de futebol em 2025/26. No fim de semana, não saiu do banco de reservas contra o Arsenal. A aclamada "geração do bilhão" é um grupo de jovens jogadores formados no próprio clube que o Palmeiras projetava que lhe renderia algo em torno de R$ 1 bilhão com vendas para o exterior. Só as transferências de Estevâo, Endrick, Vitor Reis e Luís Guilherme já injetaram um total de 152 milhões de euros (R$ 946 milhões) aos cofres alviverdes. Mas esse valor ainda deve aumentar nos próximos anos por conta de metas previstas nos contratos dos garotos. Além do quarteto, o clube paulista também já descolou um dinheiro com outros integrantes dessa geração, como os zagueiros Gabriel Vareta (Al-Wasl) e Fellipe Jack (Como, atualmente emprestado ao Spezia) e o atacante Thalys (Almería).